quinta-feira, 22 de maio de 2008

Visitando antigos lugares


Essa noite sonhei, novamente, que estava numa região de conflito.

Era a mesma praia de um outro sonho, vista sob novo ponto de vista. Da primeira vez, estava eu no que me pareceu ser um castelo ou forte. A noite estava clara com as bolas de fogo que cruzavam o céu, vindas dos canhões dos navios. A construção onde eu estava encontrava-se em ruína.

Havia mais alguém ali, uma mulher que buscava esconder-se. Lembro de ter olhado pelo que deve ter sido uma janela, já transformada em vasto rasgão na parede. Senti minhas vestes e cabelos rodopiarem com o vento. Pulei para a areia da praia, por alguma razão a qual não recordo. Um estrondo acima da minha cabeça veio por trazer ao chão muitos tijolos... Nada mais lembro.

O sonho dessa noite me trouxe à memória a mesma praia, num misto de passado e presente. Um amigo, que aqui chamarei de “Peter”, estava diante de mim. Era noite, como na ocasião anterior. Lembro de dizer-lhe: “Não precisa ter medo. Você ficará bem”; como se já soubesse de tudo que estava por ocorrer.

Um som retumbante cortou o ambiente, deixando o Peter alardeado. Segurei-lhe o pulso: “Tenha calma”; e, poucos segundos depois, a praia estava inteira a tremer com o impacto – tardio – da projétil ao fundo do oceano.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

E agora, veja só... estou no fim de um ciclo

Engraçado, mas falta bem pouco agora para eu terminar os meus dias na UFPE. O tempo passa tão depressa e, quando a gente mal se dá conta, o ônibus já chegou! (na verdade, nem sei se gosto muito dessa expressão que acabei de inventar).

Lembro da época complicada do vestibular, quando eu passava horas estudando, imaginando que outras pessoas poderiam estar fazendo o mesmo naquele exato instante – e eu realmente não queria ficar para trás. Na verdade, tenho uma história engraçada a esse respeito:

Quando eu morava num outro condomínio residencial, costumava ir estudar ao final da tarde no quarto da minha avó, que já faleceu. Da janela, eu podia ver um vizinho, que estava sempre debruçado sobre uma mesa. Eram livros, só podiam ser livros! (nunca pensei que ele estivesse inclinado para um prato de sopa, por exemplo...). E eram, mesmo. Ele estudava tanto, e com tanto fervor – os olhos cravados nas páginas do que, decerto, deveriam ser questões de Matemática, Física, ou Química; porque só estudantes de Exatas têm aquele olhar fixo.

E lá estava eu, com o meu livro de Biologia entre as mãos (sim, eu gostava de estudar Biologia ao lado da janela do quarto da minha avó), numa competição acirrada para ver quem passava mais horas estudando. Era quase a Guerra Fria do Condomínio Cruzeiro do Sul. E, quem me conhece sabe que meu cérebro funciona apenas quando tem vontade, à noite – mas eu prolongava meu horário até ver meu vizinho erguer a cabeça, em algum ponto, e eu poder regozijar-me com um “A-ha, ganhei!!!”, mesmo que já nem mais estivesse prestando atenção ao texto sobre as mitocôndrias, etc.

O tempo passou; terminei o Colégio Militar do Recife; e fui aprovada pela Universidade Federal de Pernambuco. E sabe o que é perfeito? Quando você luta tanto por um objetivo, e ele se concretiza, passa a ter a certeza de que é capaz de outras realizações! E por isso segui em frente, acreditando que poderia ser / fazer a diferença.

E agora, veja só... estou no fim de um ciclo, e muito perto de começar outro. Porque a minha vida precisa de movimento, e de novos desafios – com conseqüentes novas conquistas. Porque não me conformo com o marasmo, ou a modorra... Porque, simplesmente, há muito o que se fazer por esse mundo, e com vinte décadas nas costas eu não fiz quase nada do que deveria.

Em pouco mais de 1 mês, serei outra. Em quatro meses, estarei adentrando novo universo, e totalmente pronta para ser eu mesma! Ser Rebecca, em sua plenitude... E nem me pergunte o que isso significa – pois, meu querido, as especulações são infinitas! É melhor checar mais adiante...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Quando acordaremos?


Essa noite eu sonhei que estava numa guerra. Engraçado, isso já me ocorreu incontáveis vezes – e eu sempre passo o dia pensando no quão desesperador deve ser para essas pessoas que são obrigadas a vivenciar reais conflitos.

As bombas tinham som retumbante; e o temor por ser um possível alvo era crescente. Protegi a cabeça com mãos, arqueando o corpo para frente – por algum ataque anterior já estava ao chão, ainda íntegra. Senti o braço esquerdo queimar, desse jeito (por mais paradoxal que seja minha afirmação) anestesiado dos sonhos, o que me causou estranheza. Eram estilhaços a perfurar a carne. Acordei.

Sim, eu acordei. Porém, quantos mais terão que viver presos dentro dos próprios pesadelos?