sábado, 6 de setembro de 2008

Retrospectiva Rebecca -- Parte II


Dia de empacotar livros... É estranho decidir quais levar, quais deixar. Não há exatamente um critério, só o das obras que têm valor sentimental para mim; e outras que são realmente importantes ter por perto, como um volume único de Matemática -- levando em consideração que as Ciências Exatas sempre me perseguiram, aonde quer que eu fosse.

E sempre que estou empenhada em definir o que levarei comigo, não posso deixar de lembrar de tudo por que passei até aqui. Como, por exemplo, a escolha das universidades para as quais aplicar, e também os SATs e Toefl.

Escolher as escolas é bastante complicado, principalmente porque é como estar escolhendo uma nova casa para morar. Não adianta procurar as melhores instituições, se você não gosta de cidade grande / meio suburbano. Lia as missões das universidades, e procurava entender com o que elas se comprometiam no ensino das majors; e assim ia marcando na lista os locais que mais me interessaram: University of Pennsylvania; Barnard College; Ithaca College; e Lawrence University.

Estava focando, no início, na Nova Inglaterra, mas acabei indo para a região centro-leste dos Estados Unidos, sem perceber. A Lawrence University, na minha cabeça, não iria me aceitar -- ela era muito rígida nos SATs, e eu achava que não havia conseguido notas tão competitivas. E após um tempo silencioso, comecei a ouvir palavras de consideração da Lawrence.

O que mais me chamou a atenção foi o quê acolhedor de todos os e-mails. Os membros do escritório de admissões da escola eram bastante atenciosos e complacentes, e escreviam e-mails sempre muito detalhados. Aos poucos fui entendendo a importância da comunidade de alunos internacionais para a Lawrence, e o quanto eles precisavam ser criteriosos na escolha. "Seja o que Deus quiser, então...". E quando a resposta foi afirmativa, nem acreditei!

Guardando todos os livros que irão comigo (como O Diário de Anne Frank; Literatura Americana / Brasileira / Portuguesa; dicionários de estimação...) pensei no quanto batalhei por essa nova etapa da minha vida; e também no quanto pretendo estudar na Lawrence. A universidade me deu uma oportunidade única, e preciso corresponder às expectativas que estão depositando em mim, única brasileira da turma de 2012.

Muito mais que Rebecca, preciso ser o Brasil inteiro, e saber representá-lo bem, com honra. Não pretendo, definitivamente, desapontar ninguém.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Retrospectiva Rebecca -- Parte I


Já é setembro..! E esse mês, para mim, quer dizer dezembro. Como assim? Eu sei, confuso. Explico: No mês de dezembro normalmente estou mais inclinada a fazer análises da vida que tive até então; de como foi o ano, e o que fiz de bom (para continuar investindo nisso), e o que fiz de ruim (para não cair no mesmo erro). Todo mundo faz isso, em maior ou menor grau; é um exercício bastante saudável, até.

Nesse caso setembro ganhou ares de dezembro, porque significa início de uma nova etapa. Como vocês sabem estou me mudando para a Lawrence University na semana que vem, e até já trabalho num outro blog (Eu... Aluna Internacional) onde narro as minhas aventuras como estudante em terras estrangeiras; e isso tudo vem causando um rebuliço enorme dentro de mim, e das pessoas com quem convivo.

Decidi, então, fazer uma retrospectiva dos momentos decisivos que me levaram a aplicar (apply) para uma universidade no exterior, e culminaram com a minha aceitação por ela. Sei que muitas outras pessoas estão iniciando a mesma batalha, e acredito que as minhas palavras possam servir de algum consolo - ao menos do ponto de vista de alguém que sobreviveu ao processo inteiro.

Quando me transporto para trás percebo que, de algum modo, sempre estive voltada à possibilidade de estudar fora. Ou melhor... possibilidade não... Inclinada ao desejo de sair do Brasil, ao menos por algum tempo, e aprender envolta por uma cultura diferente. Porque a minha família nunca teve condições de arcar com os gastos de uma vida em terras de além-mar. E, em verdade, a minha mãe já disse em entrevista que sempre escutou os meus planos - até então de criança - e suspeitava seriamente de que eu estivesse "viajando na maionese". Não porque fosse uma menina sonhadora, mas porque fossem planos aparentemente de impossível realização. Encorajador, não? Mas pelo menos nunca me disseram "Está maluca, criança?", e então cresci acreditando que no final, de alguma maneira, tudo daria certo.


Desde pequena eu sabia que o meu destino seria estar junto da escrita. Eu precisava sempre poder escrever, e ter a atividade não apenas como hobby, mas como sustento, mesmo - porque eu não poderia viver sem ela. E no colégio participava de concursos de redação; e cheguei a ganhar alguns, sim. Ficava feliz não pelo prêmio em si, mas pela certeza de que estava no caminho certo para mim.

Escritora? Sim, também. Mas faltava algo. Eu queria escrever e trazer alegria às pessoas, mas não como escritora. Queria ver a vida acontecer, e não escrever apenas sobre histórias fictícias. Precisava sentir a força dos acontecimentos, e ter força o suficiente para interferir na História... fazer História! Como tantos homens corajosos que se muniram de papéis e canetas para denunciar os horrores da impunidade, como esses jornalistas que avançavam para o front, como se soldados fossem, e escreviam o que viam com apenas um temor: O de que nada fosse feito para mudar aquela realidade.

Eu precisava ser jornalista, e correspondente de guerra foi a minha escolha de vida. E por isso venho lutando desde que me entendo por gente. E o desejo me remete aos povos africanos e do Oriente Médio, os quais tomo como indivíduos de minha própria família - para onde quero rumar com a certeza de que sou filha daquelas terras. Estudar fora me possibilitaria encontrar estes irmãos desconhecidos mais depressa, e por isso a importância dos applications ganhou peso redobrado nas minhas costas. Como eu sentia que precisava partir por eles, não poderia deixar que a oportunidade de aproximação fosse minada por falta de conhecimentos ou concentração.

E todo o processo começou no reencontro dos Jovens Embaixadores, em maio de 2007, em São Paulo - SP. Éramos vinte e cinco pessoas diante da Rita Moriconi, educational adviser da Fulbright; e também três garotos que haviam passado por tudo o que nos aguardava, e saído vitoriosos.

Eu queria conseguir, e sabia que podia - mas temia o que estava por vir. Precisava estudar mais, e preocupar-me também com a faculdade no Brasil que iniciara no mês anterior; as notas precisavam estar impecáveis para o momento de apresentar o meu histórico escolar. E os SATs (espécie de vestibular americano) eram-me novo desafio apresentado: Mais uma vez a Matemática a se insinuar na minha vida.


Levava os livros comigo aonde quer que eu fosse. Comecei a estudar Espanhol sozinha, com a ajuda do site da BBC (BBC Learning Spanish), e depois me inscrevi numa cadeira de Espanhol Instrumental com calouros de Publicidade e Propaganda. Fazia exercícios de Matemática (!) na hora do almoço, naquelas mesas vermelhas do restaurante do CAC (Centro de Artes e Comunicação), o Aquarela; distraindo-me de vez em quando para observar a passagem dos alunos estrangeiros, e desejando algum dia também ser uma aluna internacional. O livro de História Geral da época de Colégio Militar também foi dos mais úteis!

O dia das provas se aproximava a todo vapor, e precisava definir para quais universidades aplicar... Estava com tanto medo que nem sou capaz de descrever!

[continua...]






domingo, 24 de agosto de 2008

Você chora facilmente?


Nesse final de semana eu descobri, ora vejam só, que tenho leitores fora os que normalmente deixam comentários (ou deveria dizer fora o que normalmente deixa comentário?). Isso é incrível - fico feliz por saber que alguém se interessa pelos posts que deixo aqui. Obrigada!

Enfim, a razão para esse novo post, já tarde no domingo, é o choro. Sim, o choro. E, na verdade, muito mais que isso - o sentimentalismo. Eu choro fácil, e você? Não na frente de estranhos; mas se eu estiver em família, totalmente desarmada psicologicamente, sou capaz de chorar até com comercial de TV. Por falar nisso, há um novo em que um rapaz explica que a voz do pai sempre foi um referencial para ele, e acaba com a seguinte frase, após telefonar para ele: "Eu só queria ouvir a tua voz". Nossa, agüento firme; olho para cima, para as lágrimas não caírem; e disfarço a voz presa na garganta... porque é difícil imaginar como serão os próximos meses sem a minha mãe, quando estarei morando nos EUA.

Mas fica a pergunta, sem estereótipos (ou fazendo o possível para não revestir as palavras com isso): Por que o povo brasileiro chora tão fácil? Sim, e por que nos apegamos tão facilmente? Eu adoraria entender. Para falar a verdade há uma série de estudos sociológicos por trás desse aspecto cultural feitos por Sérgio Buarque de Holanda, e outros estudiosos; mas mesmo após estudar o assunto ainda estou intrigada. É uma marca forte demais para ser 100% compreendida em um semestre.

Assunto de uma matéria do Fantástico do dia 24/08 (hoje...), a característica chamou a atenção durante as Olimpíadas. Ah, claro que o atleta iria chorar de emoção ou tristeza, perfeitamente normal! Sim, concordo - mas ficou tão explícito que não conseguimos segurar a emoção nesses momentos, quando outras pessoas (logicamente, não é uma regra!!! Vi muita gente chorando nesses Jogos da Era Moderna, e não havia 'Ordem e Progresso' na bandeira nacional deles) se continham. Sem falar na seção de embarque de um aeroporto, onde foi gravado um grupo de pessoas chorando ao se despedir de alguém.

Lembro de estar num aeroporto em Washington D.C., justamente pensando: "Onde estão as pessoas se despedindo e chorando?". Lógico que elas vão lá se despedir dos seus amigos e familiares, e há quem derrame lágrimas, também; porém o que chama a atenção é o fato do meu inconsciente ter sentido falta desse cenário. Em Belo Horizonte, por exemplo, quando estava fazendo hora no aeroporto, esperando pelo meu vôo para Recife, estava perambulando pelos corredores com a minha amiga Johany, da Venezuela, quando vimos a seguinte cena: Uma mulher sendo amparada por dois rapazes altos, todos chorando convulsivamente, afastando-se do portão de embarque. Nossa, parecia que tinham mandado alguém para a guerra!

Por que somos tão sentimentais? Algumas vezes fui considerada uma 'pessoa fria' (não se assustem, só os meus dias "seja uma pessoa mais prática"), mas após tantos meses em contato com pessoas de outras culturas venho me descobrindo cada vez mais brasileira. É como negar o próprio sotaque. "Não, eu não falo assim...", e começar a escutar a si próprio quando em companhia de indivíduos de outros Estados: Verdadeira crise de identidade!

Aos poucos, às vezes bruscamente, vou entendendo quem é a Rebecca, e do que ela é feita. E, honestamente, não me agrada muito sentir que sou mais ligada às pessoas do que deveria; que me importo demais com os outros; que desejo (vejam só que absurdo!) afeto; e que choro... Ah, eu choro...

sábado, 16 de agosto de 2008

Pedido de Desculpas Oficial


Saudações a todos! Acreditem ou não, hoje fui convidada a fazer uma participação numa rádio. Apesar de não ser realmente o meu ponto preferido no jornalismo, foi um belo convite! Caso dê certo, realmente, avisarei em qual estação devem sintonizar, e o horário - que provavelmente é das 6:00am às 8:00am, num sábado (eu sei!). Incrivelmente honrada!

Contudo... as minhas aventuras pela área de Comunicações não é a razão desse post de urgência - e é... pensando bem. Recentemente descobri o canal online de um garoto "chamado" KevJumba, no YouTube. Extremamente talentoso, e engraçado, aconselho a todos para que vejam algum dos vídeos dele. Dicas: "College Here I come", e "Girls are like M&M's" são dois clássicos desse jovem comediante.

Inspirada por ele, então, decidi filmar a mim mesma. Sim, peguei a minha Canon, posicionei sobre uma pilha de livros na bancada onde fica o computador; e comecei a falar com a câmera. Oi? É, ridículo, eu sei - nada KevJumba. Pois ele, pelo menos desconfio, planeja os vídeos; e eu estava apenas curiosa acerca de como iria aparecer na telinha. Resultado: SUSTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Conclusão: Preciso fazer um pedido de desculpas oficial a todos vocês que são obrigados a conviver com a minha aparência desleixada. O meu cabelo, oh, céus... precisa de um corte urgente! A minha pele... ai ai... sem comentários! E os meus olhos? CANSADOS! Como andei eu por aí dando olhares cansados às pessoas? Podia ter matado alguém do coração, ou sei lá.

Então, prometo - prometo: Farei um ANTES/DEPOIS comigo mesma, e trarei ao blog. Chega de sustos! Obrigada KevJumba, você está salvando vidas!!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Qual é o meu problema com os despertadores?


Eu sei que esse é um site de apoio moral e encorajamento, mas preciso tratar de um assunto que está ganhando proporções sérias na minha vida: O despertador!

Sério... pode parecer brincadeira, mas acho que estou criando algum tipo de imunidade contra esses aparelhos que interrompem o sono. Em primeiro lugar, eu não tenho nenhum convencional (portanto, se estiver pensando em me dar algum presente de despedida, aí está a dica...!); ou seja, sou adepta do "celular despertador" -- e a verdade é que tudo está ganhando dimensões tão exageradas que o próprio celular, para mim, só tem serventia se houver um bom alarme. Ele pode tirar foto; ter 1 milhão de toques; até atender a si próprio... Mas... se não tiver um bom despertador (e ainda lembretes programados para apitar a cada cinco minutos) não serve para mim.

Antes não ter um despertador comum fosse o problema... Vamos aos fatos: Nada me acorda mais. Tenho dormido como uma rocha, o que é prejudicial -- pois preciso acordar cedo para ir trabalhar. E não se trata de preguiça..: "Oi..? Ah, mais cinco minutinhos...". Não, não é isso!!! Trata-se de acordar desesperada, com o celular na mão (?) ou entre as cobertas, já em cima da hora, e não lembrar de tê-lo desligado... e não lembrar de ter levantado da cama, agarrado o dito cujo na minha escrivaninha.. (sim, coloco longe da cama, por via das dúvidas) e o carregado comigo de volta ao sono.

Isso é sério! É quase um caso de sonambulismo, eu diria. Portanto estou aceitando sugestões. Caso você sofra do mesmo mal, e queira compartilhar a sua história, pode escrever um comentário! Nem o toque "Apito de Navio" está funcionando mais...

sábado, 26 de julho de 2008

Lembrando dos Jovens Embaixadores


Estava conversando com a amiga da Jamaica, e me saí com a seguinte pergunta: "Quem é o seu melhor amigo aí na Jamaica?" -- eis que, para a minha surpresa, ela respondeu "Não tenho um melhor amigo".

Fiquei surpresa, levando em consideração o jeito extremamente amigável dessa garota que, tudo indica, estará bastante presente nos meus dias de Lawrentian -- como uma outra aluna internacional, que compreende os meus temores e alegria, e vinda de um país que aprendi a considerar como espécie de primo do Brasil. A verdade é que eu compreendi no ato o que ela estava dizendo.

Engraçado isso ter acontecido, porque essa semana me peguei escrevendo sobre como sempre desejei ter amigos de verdade e, felizmente, o destino me brindou com a presença dos jovens embaixadores. Frisando a importância de todos aqueles que conheci ao longo da minha vida, e que trazem qualidades tão especiais e inigualáveis -- mas que, mesmo assim, por razões que são condizentes apenas à minha natureza [porque eles não têm culpa de nada] sempre me senti incompleta, e desejosa de conhecer alguém que viesse me tirar dessa eterna sensação de que precisava de um amigo.

Nesse momento só posso pensar em como o Youth Ambassadors é um programa especial para mim, e que me fez estar em companhia de garotos tão incríveis! Vinte e cinco pessoas espalhadas pelo Brasil, cada qual com uma personalidade diferente -- tão distintos, e tão parecidos ao mesmo tempo! Não direi que somos uma família perfeita, e que sei de tudo o que se passa com cada um deles... mas direi que confio no potencial de cada um, e que os guardo no coração como queridos parentes distantes, que sabem se fazer presentes quando necessário -- mesmo através de uma mera lembrança.

Ainda vejo a Luiza I., loiríssima; Diego Ribeiro, tão elegante; e o simpático Ewerton... no aeroporto, aguardando a minha chegada para que pudéssemos ir para o hotel Fortune, em SP. Lembro de ter conhecido a minha primeira colega de quarto, Camila Carioni, e dos seus olhar compenetrado; e depois a Nayara, tão carioca. Recordo do Airton, que ouvia atrás da porta em busca de sinais de juventude ["onde estariam os jovens embaixadores?"], cuja primeira frase que me disse foi "Ah, olá, Rebecca!!!" -- e me deixou pensando "Ele sabe o meu nome!".

Ainda posso ouvir o Leonel [ou seria o Sílvio Santos?] e o seu quê de orador; sentir a mão firme do Luca, que me ajudou a levantar após meu escorregão diante de um shopping paulista [e olha que ele nem riu, tão gentil!]; assistir às caras e bocas do Diogo, sempre tão elétrico; ver o Léo corar diante de um feliz desaniversário.

São tantos "Bah!", "Uai", "Vixe...".

São tantas cores, risos, sorrisos...

São abraços que abraçam sem temor. São olhos que choram. Mãos que afagam o rosto em busca de algum consolo [da mão e do rosto].

São "Tchaus", e "Amo você".

Aviões e aeroportos apinhados de expectativas; lembranças; mais choro, e mais risos. Orações, e braços que se entrelaçam em orações de proteção e agradecimento; e de medo, também. Medo da altura; do destino; da vida.

...os melhores amigos que eu poderia ter desejado!

sábado, 5 de julho de 2008

Confissões de uma Internauta -- II Parte [final]

Finalmente tenho um endereço eletrônico novamente. Dessa vez tomei o devido cuidado de não cometer os mesmos erros enviando e-mails feito uma maluca, acerca da mudança de conta. Só umas poucas pessoas, verdadeiramente parte da minha vida, ficaram sabendo da novidade.

Fiquei pensando no quanto dependemos de certos aparatos tecnológicos. A evolução dos tempos; o avanço da globalização; tudo exige que nos adaptemos aos padrões de vida -- e faz parecer tragédia não ter um simples e-mail. Mas a verdade é... eu estaria perdida sem ele.

Bom ou ruim, é fato: São extremamente necessários hoje em dia. Como eu poderia me comunicar rapidamente com tantas pessoas queridas espalhadas pelo mundo? Ninguém conseguiria captar a real essência das minhas palavras, e se restringiria a uma pálida lembrança do meu passado, do estado de espírito de algumas semanas atrás.

Através dessas cartas digitais encontro conforto e a certeza de que limites físicos não mais existem. Apesar de determinados contratempos... tenho que me curvar diante do brilhantismo disso tudo!

sábado, 28 de junho de 2008

Confissões de uma Internauta


É difícil ser uma internauta quando você não entende tanto assim de informática. Às vezes me sinto um pouco como os meus antepassados, e cruzaram o oceano Atlântico em busca do "Novo Mundo", e por mais que temessem estes mares nunca dantes navegados; e os monstros marinhos; e o abismo além do horizonte... mesmo assim -- com toda a coragem do mundo -- se aventuraram em razão dos seus objetivos.

Cá estou eu, com uma única fonte de desabafo: Meu blog. Nem tenho tantas esperanças, na verdade, que estas linhas virtuais sejam lidas... mas pelo menos fiz minha parte. Acreditem ou não, estou sem identidade digital; sem endereço; sem casa... abandonada na rua da amargura da rede mundial de computadores!

Desgrudei da web (ou fui arrancada dela?). Ou a Dona Aranha Internet não me achou tragável? Não saberia dizer... A urucubaca online invadiu a minha vida, e me deixou sem e-mails. Logicamente não citarei as excelentíssimas empresas, mas aqui fica registrada a minha exasperação diante disso -- porque, quando eu mais precisava, tive minhas contas canceladas! Isso mesmo, DUAS! Nunca pensei que usaria essa frase, mas para tudo há uma primeira vez: "Eu sou inocente!!!".

Enviei tantos e-mails (necessários, visto que estou na luta por fundraising...) que, provavelmente, as empresas me chamaram de spam. Logo eu, que procuro fazer tudo certinho, nos conformes! Logo eu, que evito até matar insetos -- depois de ter visto Karatê Kid (aquela versão com a menina...).

Eu não sou spam!!! Eu não sou spam!!!

[continua...]

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Reporter's Notebook


Hoje eu ganhei um presente especial -- exatamente como diz na embalagem: "United States Postal Service - gift". E, embora eu não seja uma Parkie, preciso comentar a gentileza que fizeram hoje. Tenho ao meu lado um 'reporter's notebook', que nada mais é que um caderninho de jornalista, desses onde podemos anotar tudo o que vemos e ouvimos. São setenta folhas em branco, esperando ser preenchidas pelos meus relatos.

O que isso quer dizer? A simbologia é tão forte que me deixa emocionada. O Departamento de Jornalismo da Ithaca College me fez um pedido importante... me disse para começar! Vocês não percebem? Há tanta coisa envolvendo a profissão que eu nem sou capaz de medir... não é simplesmente entrar para uma boa faculdade -- é, verdadeiramente, ser observador e participante da vida já desde fora de muros acadêmicos.

É como se dissessem... "Nós acreditamos em você. Está pronta!". É exatamente assim que eu me sinto, PRONTA para começar... PRONTA para fazer a diferença, e ser eu mesma, 100%. Cada linha desse caderno espera por palavras fortes o suficiente para dar voz a uma série de pessoas -- todas elas a quem me comprometi, a quem empenhei meu coração.

Parkie ou Lawrentian... Não importa de que família você veio; mas o que você traz dentro de si.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Lembranças de quase inverno

Apesar de não ter acordado no meu melhor humor (TPM, possivelmente), com uma tristezinha lá no fundo do coração, de quem está inquieto com alguma coisa; parece que agora, quase 09:00h de uma nebulosa manhã de quinta-feira, meu espírito encontrou algum conforto.
Lá fora o sol briga com as nuvens, que não o deixam sair por completo. A pintura do prédio adiante, meio descascada, brilha com a luz teimosa -- insistente. Logo será inverno... mas, em Recife - Veneza Brasileira - a estação "fria" tem ares moderados.
Assim é o mês de junho na minha terra. Entre nuvens, e chuvas noturnas. Intensas chuvas noturnas, de céu marron, café-com-leite. E, por alguma razão, é o período do ano que mais me lembra o Colégio Militar -- e o meu coração sorri em regozijo.
Estava lembrando do vento gelado da madrugada, cortando a pele as 6:30am. Os alunos andando juntos, em bandos, nos corredores abertos, para se proteger da ventania. Costumava dizer que nessa época todos ficavam mais amigos! Eu, ao mesmo tempo que prezava uma boa vida social, também me alegrava com o simples caminhar sozinha.
Sim, andar envolta pelos próprios pensamentos. Tantos sonhos furvilhando ao meu redor, fluindo através do meu corpo! E uma sensação prazerosa no peito, de quem queria abraçar o mundo, e ter o máximo de conhecimento de que o meu cérebro fosse capaz de armazenar. Passar pela biblioteca; ir às aulas; chegar em casa, e começar a estudar - enfiada no quarto, porta fechada - após o almoço, lá pelas 2:00pm.
Há algo de muito mágico nessas lembranças...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Visitando antigos lugares


Essa noite sonhei, novamente, que estava numa região de conflito.

Era a mesma praia de um outro sonho, vista sob novo ponto de vista. Da primeira vez, estava eu no que me pareceu ser um castelo ou forte. A noite estava clara com as bolas de fogo que cruzavam o céu, vindas dos canhões dos navios. A construção onde eu estava encontrava-se em ruína.

Havia mais alguém ali, uma mulher que buscava esconder-se. Lembro de ter olhado pelo que deve ter sido uma janela, já transformada em vasto rasgão na parede. Senti minhas vestes e cabelos rodopiarem com o vento. Pulei para a areia da praia, por alguma razão a qual não recordo. Um estrondo acima da minha cabeça veio por trazer ao chão muitos tijolos... Nada mais lembro.

O sonho dessa noite me trouxe à memória a mesma praia, num misto de passado e presente. Um amigo, que aqui chamarei de “Peter”, estava diante de mim. Era noite, como na ocasião anterior. Lembro de dizer-lhe: “Não precisa ter medo. Você ficará bem”; como se já soubesse de tudo que estava por ocorrer.

Um som retumbante cortou o ambiente, deixando o Peter alardeado. Segurei-lhe o pulso: “Tenha calma”; e, poucos segundos depois, a praia estava inteira a tremer com o impacto – tardio – da projétil ao fundo do oceano.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

E agora, veja só... estou no fim de um ciclo

Engraçado, mas falta bem pouco agora para eu terminar os meus dias na UFPE. O tempo passa tão depressa e, quando a gente mal se dá conta, o ônibus já chegou! (na verdade, nem sei se gosto muito dessa expressão que acabei de inventar).

Lembro da época complicada do vestibular, quando eu passava horas estudando, imaginando que outras pessoas poderiam estar fazendo o mesmo naquele exato instante – e eu realmente não queria ficar para trás. Na verdade, tenho uma história engraçada a esse respeito:

Quando eu morava num outro condomínio residencial, costumava ir estudar ao final da tarde no quarto da minha avó, que já faleceu. Da janela, eu podia ver um vizinho, que estava sempre debruçado sobre uma mesa. Eram livros, só podiam ser livros! (nunca pensei que ele estivesse inclinado para um prato de sopa, por exemplo...). E eram, mesmo. Ele estudava tanto, e com tanto fervor – os olhos cravados nas páginas do que, decerto, deveriam ser questões de Matemática, Física, ou Química; porque só estudantes de Exatas têm aquele olhar fixo.

E lá estava eu, com o meu livro de Biologia entre as mãos (sim, eu gostava de estudar Biologia ao lado da janela do quarto da minha avó), numa competição acirrada para ver quem passava mais horas estudando. Era quase a Guerra Fria do Condomínio Cruzeiro do Sul. E, quem me conhece sabe que meu cérebro funciona apenas quando tem vontade, à noite – mas eu prolongava meu horário até ver meu vizinho erguer a cabeça, em algum ponto, e eu poder regozijar-me com um “A-ha, ganhei!!!”, mesmo que já nem mais estivesse prestando atenção ao texto sobre as mitocôndrias, etc.

O tempo passou; terminei o Colégio Militar do Recife; e fui aprovada pela Universidade Federal de Pernambuco. E sabe o que é perfeito? Quando você luta tanto por um objetivo, e ele se concretiza, passa a ter a certeza de que é capaz de outras realizações! E por isso segui em frente, acreditando que poderia ser / fazer a diferença.

E agora, veja só... estou no fim de um ciclo, e muito perto de começar outro. Porque a minha vida precisa de movimento, e de novos desafios – com conseqüentes novas conquistas. Porque não me conformo com o marasmo, ou a modorra... Porque, simplesmente, há muito o que se fazer por esse mundo, e com vinte décadas nas costas eu não fiz quase nada do que deveria.

Em pouco mais de 1 mês, serei outra. Em quatro meses, estarei adentrando novo universo, e totalmente pronta para ser eu mesma! Ser Rebecca, em sua plenitude... E nem me pergunte o que isso significa – pois, meu querido, as especulações são infinitas! É melhor checar mais adiante...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Quando acordaremos?


Essa noite eu sonhei que estava numa guerra. Engraçado, isso já me ocorreu incontáveis vezes – e eu sempre passo o dia pensando no quão desesperador deve ser para essas pessoas que são obrigadas a vivenciar reais conflitos.

As bombas tinham som retumbante; e o temor por ser um possível alvo era crescente. Protegi a cabeça com mãos, arqueando o corpo para frente – por algum ataque anterior já estava ao chão, ainda íntegra. Senti o braço esquerdo queimar, desse jeito (por mais paradoxal que seja minha afirmação) anestesiado dos sonhos, o que me causou estranheza. Eram estilhaços a perfurar a carne. Acordei.

Sim, eu acordei. Porém, quantos mais terão que viver presos dentro dos próprios pesadelos?

terça-feira, 22 de abril de 2008

Youth Ambassadors 2009


Lançado o programa Jovens Embaixadores 2009!
Para você, jovem, que não quer ser apenas o futuro -- mas deseja atuar desde já, no presente... Sim, você, que estuda no Ensino Médio de uma Escola Pública, e terá entre 15 e 18 anos em janeiro de 2009. Você, rapaz / moça que faz algum tipo de trabalho voluntário... Você mesmo, que gosta de estudar Inglês - e mesmo que não seja exatamente fluente, sabe expressar as próprias idéias... É VOCÊ MESMO QUEM ESTAMOS PROCURANDO!
Orgulhosamente informo aos jovens do Brasil que a Embaixada dos EUA no Brasil acaba de lançar o Youth Ambassadors 2009, programa que mudou a minha vida, e posso considerar como verdadeiro divisor de águas. Para mim não há palavras nesse mundo que possam expressar efetivamente o que foi a experiência... Não é um simples intercâmbio; e sim uma verdadeira missão internacional.
Para maiores informações, entrar no site www.embaixada-americana.org.br, no link Jovens Embaixadores.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Desistir...? Mas só se for de jeito nenhum!

Não foi dessa vez... infelizmente.
Ah, pensou você que eu iria iniciar uma mensagem com linhas tristes? Nem pensar! Isso é para quem gosta de melancolias - e eu estou bem longe disso. O fato é simples: Tentei ir para a África (se tivesse dado tudo certo, iria em junho de 2008 - sim, esse ano, mesmo), porém não funcionou. Por alguma razão ainda teimo em ignorar que a vida precisa de um fluxo metódico, e cá fico tentando pular etapas desse longo caminho até o cumprimento dos meus objetivos.
Não estou aborrecida ou triste. Eu queria ir, e lutei por isso. E pensei bastante - e tive grandes idéias. Idéias que guardo comigo, e sei que posso colocar em prática a qualquer momento. Fico feliz, na verdade... porque tantos jovens espalhados pelo mundo também colocaram a mente para funcionar, e hoje podem tudo exercer. Então, contabilizando... a experiência foi das mais úteis!
Desistir...? FICOU LOUCO?! Nem pensar... Nunquinha da silva! Jamais (e como eu gostaria de ter escrito isso em francês... viria bem a calhar). Never! "Nunca no Brasil!". Entendeu? Porque eu entendi muito bem entendido dentro de mim - do meu coração, da minha alma...

domingo, 13 de abril de 2008

Tributo às mulheres históricas da minha vida

Durante uma entrevista descobri que a minha vida é moldada pela admiração a grandes pessoas, porém - mais especificamente - a grandes mulheres. Por um segundo esqueci a formalidade da situação, e deixei expor minha surpresa. Interessante... os meus ideais de caráter têm como referencial importantes ícones femininos da história - e eu não havia notado isso.
Cada uma delas têm algo a dizer, trazem um pouco do que eu gostaria de ter em mim, do que eu busco a cada dia. Cada uma delas, com defeitos e qualidades... humanas... e, principalmente, guerreiras! São as mulheres a quem tenho rogado ajuda em diversas ocasiões de minha vida.
Anne Frank, cuja voz ecoa através de escritos tão sinceros. Anita Garibaldi, cuja coragem dá-lhe o título de heroína dos dois mundos. Olga Prestes, que amava o mundo. Quem dera eu pudesse ser metade do que elas são, do que elas foram e sempre serão... Tenho me agarrado aos detalhes, às paixões que trago dentro de mim; aos desejos inquietos; aos impulsos -- e nesse turbilhão de sentimentos trago a esperança de, algum dia, ser tão honrada quanto essas mulheres, e finalmente cumprir minha missão.

domingo, 30 de março de 2008

Um pouco de Anita, por favor!


Antes de propriamente adentrar o universo africano (porque, se Deus quiser, em breve terei grandes novidades a respeito -- aguardem!), preciso jogar nessas folhas digitais um pouco do que tenho vivido no momento. É difícil... e só o que tenho feito é implorado pelo milésimo de Anita que eu, por ventura, traga em mim!
Sim, Anita Garibaldi. Uma das mulheres mais respeitáveis de que já ouvi falar! E uma das personalidades em que me espelho. Já tão jovem ela bem sabia a que tinha vindo ao mundo, e que estaria longe de destinos inglórios. E, novamente tão jovem, conheceu o grandioso Giuseppe -- herói dos dois mundos! Sem hesitar os dois partiram juntos rumo a uma vida de batalhas, honra e coragem. E porque estou a predizer a semana que inicia... rogo aos céus por um pouco de Anita em minhas veias! Por uma coragem que não há em mim, e portanto peço emprestada.
Um pouco de Anita, por favor!!! Um pouco de garra e coragem para aceitar qualquer decisão. Um pouco de iluminação e ânimo... desprendimento e fé.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

África - O Começo

A África sempre exerceu uma atração especial sobre mim. É muito mais que um continente, muito mais que um lugar cujo passado (e presente) sofrido só pode, no mínimo, chamar a atenção de todos - mas é, para mim, um dos pontos de chegada.
Todos nós somos movidos por nossas metas, pelos desejos latentes do coração e da alma, e algo pelo qual levanto todos os dias é a certeza de que tenho tarefas a cumprir nos países africanos. Sim, a gente precisa de cuidados extras, de olhares atentos...; mas não é puramente a AIDS, ou as guerras civis, o tráfico de humanos, e tantas outras desgraças, que me motivam a cruzar o oceano Atlântico e fincar os pés neste solo ancestral. O anseio vem de raízes longas e antigas que me chamam para o lado de lá; puxam com força descomunal; e vem a explicação: Também sou filha da África, e como boa filha lhe devoto os meus préstimos.
Mas que filiação é essa?! Tão displicente! Eu olho para dentro de mim e vejo um turbilhão de sentimentos, mas tão pouco conhecimento. O que sei eu sobre a África, sobre as misérias, e sobre as riquezas? Terei eu informações o suficiente para fazer-me útil, fazer-me pronta para a missão. A resposta é, como boa Socrática: "Não. I only know how little I know... Só sei que nada sei".
Motivada diante da minha ingenuidade; dos meus anseios mais profundos; de uma dose extra-forte de amor à África e ao saber - como boa seguidora da essência filosófica - eu dou início a uma série de artigos e reportagens acerca do continente africano. Trazendo a mim, e aos meus leitores, informações valiosas acerca de países que não devem permanecer no conformismo mundial. Chegou a hora de arregaçar as mangas, e colocar as mãos na massa desse plano por um mundo melhor.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

"Time goes by so quickly..."

Já é fevereiro, quem diria! Você também notou que os dias vão passando tão depressa? Talvez não... ou talvez sim... depende do que traz no coração. É difícil esperar, o relógio parece que sabe da angústia e - de propósito - segura os minutos como um casal de namorados em hora de despedida. Mas, num desses milagres diários, ele pode ter compaixão do pobre indivíduo que aguarda ansiosamente; e os calendários vão se enchendo de marquinhas...
Logo estarei no 3º período de Jornalismo na UFPE - e mais parece que foi ontem que tudo isso começou. Olhando por esse lado, na verdade... foi! Por enquanto vou aproveitando as férias de verão, me enfurnando dentro de casa, lendo tudo o que posso; conversando com amigos distantes, de além-mar; me preparando para o futuro.
O mundo gira lá fora, e também dentro de mim. E nesses dias de 2008 vou encaixotando minhas coisinhas... Será?! Só Deus sabe... Quanto a mim... agarro-me à esperança com toda a força dos meus desejos! Muita paz!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Uma frase..: I'm anxious!!!